terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Não se cale!

O que fina poesia tem Chico Buarque... quanta historia, emoção,... comove sem duvidas
Mas eu gosto de descobrir jeitos mais atuais, e o Criolo Doido e sua versão do Cálice é  muito mais forte, comove até os ossos...

Chico Buarque
Cálice

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado (Cale-se!)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cale-se!)



Criolo Doido
Cálice

Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita
E é capaz de tudo pra manter sua brisa

Os saraus tiveram que invadir os botecos
Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio,
E uma gente que se acha assim muito sabida

Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mais não há preconceito se um dos três for rico, pai.

A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai.

Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai
Pois na quebrada escorre sangue,pai.
Pai
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a coqueine, pai.
Pois na quebrada escorre sangue.





Vocabulário 
fritar
Gíria usada por usuários de ectasy (bala) para definir a sensação que se tem ao usar a dorga.
Sensação de euforia que a droga traz.
"Ontem tomei uma bala e fritei demais, não conseguia parar de dançar."
biqueira
Hoje em dia, na gíria urbana popular, a palavra BIQUEIRA significa: boca de fumo, lugar onde se vendem drogas, "bocada".
A biqueira do bairro São Francisco foi descoberta pela polícia militar.
brisa
Sensação de viagem que vc tem quando faz uso de drogas.
-E ai sentiu a brisa?
saru
Encontro de amigos, envolvidos na Arte e na Cultura, acontecimento este ladeado com muita música, poesias, foto varal e teatro.
Pode ser um Recital musical ou de poesias
berço ['beRsu] m
1. cuna ƒ;
b. da cultura/da civilização cuna de la cultura/de la civilización. 
2. (de carimbo) almohadilla ƒ. 
Locuciones:
» conhecer alguém desde o b. fig conocer a alguien desde la cuna;
» ter/não ter b. tener/no tener educación
quebrada
Vizinhança. 
Muitas vezes associada a vizinhanças localizadas em periferias urbanas.
-Vamos dar um rolê na quebrada?



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

vazar


vazar 
(alteração de vaziar)
v. tr. e intr.

1. Retirar ou perder o conteúdo. = DESPEJAR, ESVAZIAR
2. Deixar ou ficar vazio. = ESVAZIAR

3. Verter ou derramar (um líquido) num recipiente ou local.

4. Desaguar.

v. tr.

5. Tornar oco; abrir vão em. = FURAR

6. Deitar o metal em fusão na forma para moldar o objeto que se quer fundir.
7. Inserir em. = EMBEBER, ENTERRAR
v. intr.
8. Deixar a carga. = DESCARREGAR
9. Refluir, baixar (a maré, as águas).
10. Ser transparente; deixar ver a luz através.
v. pron.
11. Despejar-se; escoar-se; esvair-se.
12. Sair; escapar-se.

http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=vazar

Nas noticias:

Cargueiro encalha e vaza combustível na costa da França http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2011/12/111216_cargueiro_pai.shtml
Soldado acusado de vazar documentos vira pedra no sapato de Obama
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/12/111216_manning_analise_pai.shtml

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Na casa

varanda [va'ɾα˜da] ƒ 
1. balcón m
2. (terraço) terraza ƒ
3. (alpentre) porch
viela [vi'εla] ƒ 
1. callejón m, callejuela ƒ
2. Tecnol biela ƒ
3. (instrumento musical) zanfonía ƒ


barraco [ba'Raku]
1. Construção tosca, improvisada (auto gerenciada), 
2. Barraca de favela feita de madeira de caixote, resto de materiais, fo
olhas de lata.