Exercitando a escrita
em português encontro-me nesta situação de criar. Criar uma narração, uma crônica
ou apenas uma simples descrição. Escrever, não é difícil não, mas achar o tema,
ai está o verdadeiro desafio. Sempre gostei de desenhar, mesmo que não seja bom
desenhador. Porém a mesma coisa sempre aconteceu, não encontro o que criar no
papel.
Há dias que estou
lutando com a ideia de escrever alguma coisa interessante. Tentei várias
alternativas. Comecei por botar um par de ideias, ou coisas, e depois vincula-las.
Imaginar o cenário, as personagens e tal. Presidente, avião, acidente. Bicicleta,
vento. Mas que tenho a dizer? Nada
Tentei começar por escrever,
sem pensar de mais. Descrição de cenário, personagem e que estória flua. Mas
nada. O enredo nem começou.
Uma ideia brilhante
vem a minha mente - diretamente dum sono. E se eu escrever baseado num sono?
Bom material! Tem a ver comigo, tem a ver com as emoções, as fantasias. Ótimo!
Esses temas que se repetem, esses sonos de aventuras, cenários diversos, personagens
familiares; tudo a minha disposição! Fascinantes estórias, ao menos logo depois
de acordar, lembrar agora mesmo, não e fácil não.
Tal vez copiar sem
copiar, coisa que alguns chamam de inspiração. Teria que ler contos, muitos
contos, e prefiro os romances a ler contos curtos. Também não tenho tempo de
ler, só estou com vontade de escrever.
Que bom seria escrever
como Chico Xavier! Tal vez o espirito de Poe venha a minha ajuda. Escreveria “O
Urubu”. O bicho desde o lixão do meu bairro veria a se posar em o busto de um
herói antigo. Mas não, meu quarto ficaria assombrado e eu perdido na depressão do
augúrio do pássaro malfeitor. Ou que tal
uma narração espontânea sobre um grão de areia, o algo melhor que areia, um limão.
Limão que saborosas nossa cachaça, quanto temos te espremido, quanto mais vais
a aguentar! Melhor um conterrâneo, Onetti! Poderia cair em num Poço, mas seria
o mesmo poço de Onetti, e isso eu não posso. Ou junto a Cortazar desenhar um
novo jogo de amarelinha, porem perder-me-ia na trama da mesma forma que me
perdi lendo a Amarelinha original.
Acho que prefiro desistir de mágica que invadiu
ao Chico, melhor seguir nosso próprio caminho. Se Paul Auster escreve sobre escrever,
eu também posso. Fim.
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